segunda-feira, 16 de novembro de 2015

MANIFESTO DE APOIO À OCUPAÇÃO LANCEIROS NEGROS E CONTRA OS DESPEJOS



O Fórum Estadual de Reforma Urbana manifesta APOIO à Ocupação Lanceiros Negros e reafirma a orientação do Conselho Estadual das Cidades referente aos Conflitos no Estado do Rio Grande do Sul, o qual define que ao conflitos fundiários devem ser mediados através do Grupo de Trabalho instituído pelo Decreto 51.712 de 5 de agosto de 2014.
O Fórum Estadual  e Reforma Urbana é CONTRA OS DESPEJOS pois considera esta pratica uma violação grave aos direitos humanos, em particular ao direito a uma moradia adequada, de acordo com a Resolução 1993/77 da Comissão dos Direitos Humanos das Nações Unidas.
Os despejos atingem comunidades e pessoas pobres que vivem nas cidades e que não têm acesso à moradia e a uma área de terra regularizada e que, por força disso, ocupam uma área abandonada na cidade, que não esteja cumprindo sua função social, ou até mesmo ocupando áreas de risco e alagadiças.
Por isso, faz-se necessária a proteção jurídico-processual de famílias, grupos ou comunidades ameaçadas de despejo antes e durante o curso de uma ação judicial, por exemplo. O Estado, os juízes e promotores públicos devem adotar o princípio da precaução nas ações de despejo, reintegrações de posse e reivindicatórias de propriedade, que envolvam comunidades pobres e grupos vulneráveis.
Não é mais possível que uma decisão judicial seja capaz de deixar na rua e ao relento centenas de pessoas, porque não têm condições de morar em outro local. Não podemos concordar com isso! É urgente que se cumpra a Resolução Recomendada nº 87/2009 do Conselho das Cidades que propôs uma política nacional de prevenção e mediação de conflitos fundiários urbanos no Brasil. É urgente que o Estado do Rio Grande do Sul adote de uma vez por todas uma instância administrativa que implemente a política nacional da Resolução nº 87/2009 e que uma decisão sobre um despejo ou não, não seja uma decisão isolada de um magistrado ou de um administrador público.
O Problema da falta de moradia é social e não policial!

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