quarta-feira, 10 de agosto de 2011

“Não podemos exigir que as construtoras construam os imóveis no carinho”, diz prefeitura de Porto Alegre


Em entrevista à Rádio Guaíba, o diretor-geral do Departamento Municipal de Habitação (Demhab), Humberto Goulart, replicou mais uma vez a desculpa esfarrapada das construtoras: de que o valor fixado pela Caixa Econômica Federal para o programa Minha Casa, Minha Vida às famílias na faixa de zero a três salários mínimos é muito baixo, diante das exigências do edital.

O diretor do Demhab ainda afirmou que o programa estaria ameaçado na cidade devido a isso. Em um passe de mágica, ele também disse que na lista do cadastramento da prefeitura estão 54 mil famílias nesta faixa aguardando moradia e que "Precisamos zerar a lista antes da Copa do Mundo de 2014” - ou seja, segundo Goulart a prefeitura precisa (? sem explicar o porquê da pressa ?) construir essas milhares de moradias em menos de TRÊS anos.

É importante ficarmos atentos pois parte das pessoas que serão removidas para as obras da Copa (como na duplicação da avenida Tronco, no bairro Cristal, zona Sul da cidade) devem ser inseridas no programa.

É uma pena também que o diretor não tenha falado sobre os atrasos nos reassentamentos e os seus problemas (como acontece na Vila Dique, veja AQUI o vídeo) e os problemas em geral da habitação popular pelo Minha Casa, Minha Vida em Porto Alegre como prédios e casas com defeitos, goteiras e infiltração, acabamentos tortos.

É uma pena também que a prefeitura não tenha citado se irá fazer investimentos em infraestrutura nos bairros em que está mandando as pessoas morarem pois a Restinga, um bairro bastante populoso da capital, já carece de mais e melhores transportes, expansão e qualificação da educação e da saúde. Como ficarão estes serviços com o aumento do número de moradores?

E aí, prefeitura de Porto Alegre?

Clique AQUI para ler a matéria da Rádio Guaíba

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