quinta-feira, 17 de julho de 2014

CAIXA, construtores e sociedade discutem alternativas à habitação de interesse social

Acesso à terra para as populações pobres é um dos grandes problemas, avalia Hereda

BRASIL, HABITAÇÃO

​O presidente da Caixa Econômica Federal, Jorge Hereda, disse nesta quinta-feira, 17,que conseguir com que as cidades brasileiras tenham mais espaço para os mais pobres é o grande desafio para a produção de moradias de interesse social. Segundo ele, o preço da terra varia de forma perversa pois, quanto mais se constrói, mais caro ficam os preços. “As cidades precisam se organizar, fazer seus planos diretores, reservando áreas para as habitações de interesse social. É preciso valorizar a legislação urbanística para democratizar o acesso à terra”, afirmou.

Jorge Hereda fez esta avaliação na abertura da “Oficina de Trabalho: Diálogos para Avançar nos Programas de Habitação de Interesse Social”, que está sendo realizada nesta quinta e sexta-feiras, em Brasília, com a partiticipação da CAIXA e do Ministério das Cidades, movimentos sociais e construtores.

Além da falta de espaço nas cidades para a população pobre, Jorge Hereda citou como desafio para a produção de moradias populares a burocracia, que faz com que a obra demore até seis meses para ser entregue ao morador depois de concluída. Ele explicou que a CAIXA não extrega as unidades enquanto o imóvel não estiver completamente legalizado. “Demora muito para o Cartório registrar a escritura, para conseguir o 'Habite-se', para a companhia de saneamento fornecer a água”, exemplificou.

O presidente da CAIXA afirmou que atualmente as habitações sociais são responsávels por mudanças nos locais em que são instaladas uma vez que a construção das unidades habitacionais vem acompanhada de uma visível melhoria dos serviços públicos e mudança do padrão da infraestrutura local. Segundo ele, os programas de habitação social do governo hoje são consenso no Brasil e entre todos os segmentos envolvidos na produção habitacional. “Nunca se conseguiu produzir tantas unidades de interesse social. Não acho interessante que alguém rompa com isso”, finalizou Jorge Hereda.

Discussões

Na oficina de trabalho, cinco grupos discutirão os seguintes temas: capacitação e fortalecimento das entidades organizadoras urbanas e rurais; inserção urbana: infraestrutura, mobilidade e equipamentos públicos; qualificação dos projetos urbanísticos e de arquitetura, tecnologias; faixas de financiamento e modelos alternativos (locação social, propriedade coletiva,melhorias habitacionais) e, o trabalho técnico social pós-obra desenvolvimento integrado e sustentável nos territórios. Nesta sexta-feira, 18, no final dos trabalhos, serão apresentadas propostas para políticas voltadas à habitação social.

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