quinta-feira, 8 de março de 2012

MULHERES NA LUTA POR REFORMA URBANA: POR QUE OCUPAMOS AS RUAS

União Movimento de Moradia do Estado de São Paulo (UMM-SP), União Nacional por Moradia Popular (UNMP), Rede Mulher Habitat e Central de Movimentos Populares (CMP) ocupam edifício abandonado na Rua Quintino Bocaiuva, no centro de São Paulo.

Nós, Mulheres dos Movimentos Populares e da luta pela Reforma Urbana, neste dia 08 de março de 2012, ocupamos para reivindicar políticas públicas inclusivas e democráticas, para denunciar a violência nos despejos, a falta de habitação, a criminalização das lutas e das lutadoras do povo, a falta de condições mínimas de vida nas cidades e a subtração de direitos conquistados pela luta popular.
 

As cidades estão distantes de oferecerem condições e oportunidades iguais aos seus habitantes. As Mulheres Sem Teto, em sua maioria, estão privadas ou limitadas em seus direitos em virtude de sua situação de pobreza e violência cultural, étnica, de gênero, de idade, enfrentando dificuldades para satisfazer as necessidades básicas de suas famílias.
Contribuem para isso a falta de políticas públicas direcionadas para as Mulheres, como políticas de Moradia, Saúde e Educação, se somando as graves situações de violência, discriminação e segregação em que são submetidas.


A cidade que deveria ser um espaço de realização de todos os direitos humanos e das liberdades fundamentais, assegurando a dignidade e o bem estar coletivo de todos e todas invariavelmente é uma cidade agressiva aos pobres. Somando-se a isso, as desigualdades de Gênero se intensificam a cada dia.


Diante destes problemas, as Mulheres vêm assumindo um papel como sujeito de transformação, vêm se mobilizando, denunciando, atuando como sujeitas de direito e se afirmando em diversos canais de participação, que historicamente lhes têm sido negados.
O tratamento desigual dispensado às mulheres desconsidera a sua contribuição diária às suas organizações para a construção da cidade justa, sustentável e fraterna. O exemplo disso é o grande número de mulheres presentes nas diversas lutas e no enfrentamento por direitos, na liderança de suas comunidades, nas ocupações, nas mobilizações, nos mutirões habitacionais, nos conselhos de saúde, nas associações de moradores, nas federações, sindicatos e nos movimentos de moradia.


Somos todas trabalhadoras na luta por melhores condições de vida, por trabalho e salário justo. Ocupamos pela luta por moradia e outros direitos, para denunciar a opressão e a discriminação contra as nossas famílias Sem Teto e Sem Terra, contra a pobreza e a miséria, contra todas as formas de violência praticadas pelo poder público e pelo capital imobiliário especulativo.

Contra a violência policial, em defesa da Reforma Urbana, somos todas Pinheirinho!
Somos todas Moinho e todas as Comunidade atingidas pelo capital imobiliário!

Somos todas por Justiça! A cidade é do povo! Nela trabalhamos e nela queremos morar com dignidade.

Notícias sobre a ocupação:

250 mulheres ocupam prédio no Centro de SP
Grupo protesta pela falta de políticas sociais em habitação e educação.
Movimento pretende reunir mil mulheres e realizar 'panelaço' em SP.

Cerca de 250 mulheres ocupam desde o início da madrugada desta quinta-feira (8), Dia Internacional da Mulher, um prédio na Rua Quintino Bocaiúva, no Centro de São Paulo.

Segundo a assessoria da União Movimento de Moradia do Estado de São Paulo (UMM-SP), União Nacional por Moradia Popular (UNMP), Rede Mulher Habitat e Central de Movimentos Populares (CMP), a ação pretende protestar pela falta de políticas sociais nas áreas de habitação, educação infantil, reforma urbana e contra a truculência de policiais em recentes desocupações no estado.
Eduardo Anizelli/Folhapress   

O grupo, de acordo com a assessoria, promete reunir mil mulheres até às 14h para fazer um “panelaço” em caminhadas até os prédios do Tribunal de Justiça, Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano (CDHU), Prefeitura e Praça da República.
A Polícia Militar acompanha o protesto. Não há registro de tumultos na região. 



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