Após protestos, TJ avalia criação de vara especializada em conflitos urbanos Crédito: André Ávila |
"A elaboração da vara será analisada. Temos uma corregedoria competente e tudo será examinado. O pedido é para uma vara em 1º grau. A concentração do tema ocupações em uma vara especializada pode ser positiva ou negativa. É preciso destacar que o juiz é uma pessoa que tem sensações e isso tudo varia", explicou Moesch em entrevista coletiva.
Moesch garantiu que o TJ é sensível à situação dos manifestantes. "Exatamente por isso, cada pedido feito pelo advogado Paulo Rene Soares da Silva será considerado. O documento será elaborado e depois enviado a cada magistrado. Cada um terá a chance de decidir de acordo com a sua sabedoria", acrescentou.
Em reunião realizada na manhã de hoje, na sede do TJ, ficou decidido que os manifestantes terão uma audiência com o presidente do órgão, José Aquino Flôres de Camargo, na próxima quarta-feira, às 16h. Apesar disso, novas manifestações podem ocorrer na segunda-feira, quando as lideranças prometem realizar um protesto maior e simultâneo em diversos pontos de Porto Alegre.
Protesto bloqueia Assis Brasil e irrita motoristas
Lutando contra a reintegração de posse e solicitando a criação de uma vara especial para conflitos urbanos, centenas de manifestantes tomaram a avenida Assis Brasil. Moradores de 27 ocupações de Porto Alegre pediam o congelamento dos prazos para reintegração de algumas regiões.
Nos primeiros momentos do protesto, os manifestantes bloquearam os dois sentidos da Assis Brasil, prejudicando motoristas que tentavam acessar a Capital pela freeway e outros que buscavam deixar a cidade. O congestionamento chegou até a divisa com Cachoeirinha e irritou alguns condutores. Um homem chegou a descer do carro onde estava para tirar satisfação com os manifestantes. Ele se apresentou como policial e tentou saber o motivo do bloqueio.
No decorrer da manhã, os manifestantes liberavam a passagem dos veículos durante cinco minutos e depois voltavam para ocupar a Assis Brasil nos dois sentidos. Mais tarde, o tempo de liberação da avenida aumentou para 10 até que o protesto foi encerrado depois que a audiência com presidente da TJ foi assegurada na sede localizada na Borges de Medeiros.
Um problema de milhares
O representante de uma das 27 ocupações de Porto Alegre Pablo Lipert explicou que o objetivo é conseguir um prazo de três meses para a saída dos moradores das regiões ocupadas. "Nós queremos também a criação de uma vara especial para conflitos urbanos. O pessoal está organizado para buscar isso. Não adianta um juiz de 1ª grau sair dando liminar para todos sem nem conhecer a matéria ou sem conhecer o processo. Isso envolve milhares de pessoas", relatou Lipert, mora no Parque dos Maias.
Lipert comentou ainda que alguns juízes já despacharam multa para a Brigada Militar (BM) pelo não cumprimento da reintegração de posse. "Isso não pode acontecer. O nosso último recurso é colocar as pessoas na rua e fazer uma manifestação pacífica. Aguardamos apenas uma ligação do advogado confirmando a audiência com o presidente do Tribunal de Justiça", acrescentou.
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